Há pessoas que vivem num permanente estágio de auto conflito. São normalmente pessoas muito exigentes com elas mesmas, colocando patamares de expectativas e objetivos tão elevados que dificilmente os conseguem alcançar. Se sente que é uma pessoa com elevada autocrítica, descubra algumas formas de transformar esta sua característica em autoconfiança.
Nem sempre é fácil percebermos as características mais vincadas da nossa personalidade, o que nos impede muitas vezes de melhorar ou contornar obstáculos que podem, inclusivamente, condicionar a nossa forma de viver e de nos relacionarmos com os outros.
Normalmente, as pessoas autocríticas têm uma voz interior bastante ativa e repreendedora, que as faz lembrar constantemente dos seus erros e pontos fracos. O facto de não se conseguir controlar esta voz castradora, faz com que, fruto do auto julgamento excessivo, se possa cair em estados depressivos ou hábitos e vícios difíceis de largar.
O convívio social nem sempre é fácil para quem é muito autocrítico. Pode dar-se o caso de se considerar sempre os outros “melhores”, “mais capazes”, “mais bonitos”, “mais bem-sucedidos”, “mais felizes”… ou até mesmo de, em situações inversas, se aplicar o mesmo padrão de crítica às pessoas conhecidas. No fundo, a questão que alguém que é muito autocrítico mais vezes coloca a si próprio é “porque é que não sou assim?”.
Ainda que a autocrítica possa ser um motor de melhoramento e progresso, ela nem sempre é saudável quando exercida em medida exagerada. O esforço de perfeição é de tal forma desgastante que a pessoa acaba por se sentir exausta, frustrada e desmotivada na maior parte das áreas da sua vida.
Já vimos que uma pequena e esporádica dose de autocrítica é sempre bem-vinda, pois, ajuda a impulsionar sempre o melhor que há em nós, motivando-nos a ir mais além. Mas essa dose tem de ser contida, e nunca exagerada, de forma a aumentar a autoconfiança.
É importante perceber que todos temos qualidades e defeitos, erros e oportunidades. Uma pessoa que consiga aceitar e entenda as suas falhas como uma oportunidade de se melhorar, consegue traçar para si mesma objetivos palpáveis que se irão transformar em mais-valias diárias.
Transformando a autocrítica em autoconfiança, e reduzindo os níveis de exigência, o estado emocional será mais equilibrado e positivo, permitindo viver diariamente com uma maior perceção das qualidades e vantagens que surgem em todos os passos que damos. E, claro, a autoestima sai reforçada!
Sendo um caminho exigente e desafiante, mas possível, transformar a autocrítica em autoconfiança implica mudar algumas atitudes:
A partir da consciência do comportamento autocrítico, das vantagens de transformação e dos benefícios que isso trará, será fácil perceber a compensação do esforço de mudança. Através de atitudes, que inicialmente podem parecer complicadas, os seus pensamentos negativos irão disciplinar-se e tornar-se-ão numa dinâmica de vida mais leve, positiva e prazerosa.
No fundo, tudo isto terá reflexo na forma como a pessoa se vê e se sente, alterando e melhorando radicalmente a forma como é vista pelos outros. Até porque, como se costuma dizer, “se eu não gostar de mim, quem gostará?”.